Saturday, December 27, 2025

 

Registro de leituras (Fevereiro 2022 - Dezembro 2025)

Excluí da lista alguns contos que li no período.

 (2022) The Pilgrim Project (1964), de Hank Searls. Romance de ficção científica sobre uma expedição ficcional à Lua. Li-o antes de rever a adaptação cinematográfica, intitulada Countdown (1968) (br. No assombroso mundo da Lua). Não lembro muito bem o que achei do romance, mas devo tê-lo achado regular, pois achei o filme regular. Aqui está uma resenha do romance. Li uma tradução espanhola (tít. ¡Terror en la Luna!). É um título interessante como início desta lista, pela relação temática que possui com o fim da mesma.

(2022) Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária (1962), de Nélson Rodrigues. Peça de teatro. Idealmente, peças se veem no teatro, mas tive a curiosidade de lê-la. Já vi duas versões cinematográficas. Lembro vagamente de ter gostado (do texto em si e das versões cinematográficas também).

(2022) Fallen Angel (1952), de Howard Fast. Romance de mistério sobre um homem cuja vida toma um rumo inesperado por ocasião da morte suspeita de um cientista; ele parece sofrer de alucinações e falhas de memória. Li-o antes de rever o filme Mirage (1965), baseado nesta obra. Aqui está uma resenha do romance e do filme. Lembro vagamente de tê-lo achado mediano; de todo modo, foi assim que avaliei o filme.

(2023) King Lear (1606), de William Shakespeare. Ler Shakespeare exige um esforço enorme, por causa da linguagem arcaica, mas fiz um esforço enorme e consegui, e achei a peça muito boa.

(2024 & 2025) Nailed: Ten Christian Myths That Show Jesus Never Existed at All (2010) & Jesus: Mything in Action (3 volumes) (2017), de David Fitzgerald. Como o título sugere, estes são livros de não-ficção (exceto pela moldura ficcional empregada no volume 3 de J:MiA) propondo a tese de que Jesus foi uma figura inventada. Não tenho realmente como dizer se *todos* os argumentos postos pelo autor são corretos, mas uma fração deles já seria suficiente para estabelecer sua tese convincentemente.

(2025) O que é religião (1981), de Rubem Alves. Lançado na coleção Primeiros Passos, este livro discorre sobre o assunto sob o prisma sociológico e outros. De um jeito meio tortuoso, o autor parece tentar demonstrar que os humanos têm necessidade de mentiras. A corrente denominada Teologia da Libertação, incipiente na época do lançamento do livro, ganha uma cobertura favorável, mas isso me parece um elemento não-essencial ao livro. De um modo geral, é um livro um pouco confuso e incoerente, e eu não o recomendo sem reservas, mas foi útil para mim como introdução a certos aspectos do tema.

(2025) 2001: A Space Odyssey (1968), de Arthur C. Clarke. Lançado concomitantemente ao filme, que estou revendo agora, este romance clarifica alguns pontos obscuros da narrativa, e diverge em alguns detalhes da obra cinematográfica em questão. Basicamente, as principais premissas são falsas. Primeiramente, não existe nenhuma evidência de que os extraterrestres influenciaram a evolução dos humanos; é extremamente improvável, dadas as distâncias espaciais, que eles tenham chegado -- e mesmo tenham querido chegar -- até aqui. E não existe nenhuma necessidade tampouco dessa hipótese: se eles evoluíram sem ajuda, outros também são capazes de fazê-lo. Em segundo lugar, computadores não sofrem de conflitos internos nem neuroses capazes de torná-los agressivos, a não ser que tenham sido programados para isso. E haveria de ser um programador especialmente incompetente ou malicioso para provocar o tipo de comportamento apresentado por Hal. Em terceiro lugar, não existe a menor possibilidade de que humanos possam passar ilesos por "buracos de minhoca" cósmicos; seriam destruídos certamente. Há outras impossibilidades, mas acho que as principais são estas. Sobra alguma coisa do livro? Provavelmente. As proezas especificamente humanas são na maioria factíveis, e algumas já são realidade, em parte ao menos. É interessante comparar esta obra com o imensamente mais sombrio The Pilgrim Project, que abriu esta lista.

Consideração sobre um ponto obscuro do enredo. Por que Hal alerta os humanos sobre uma provável futura falha na placa de comunicação? Ou seja, por que ele não desativa a placa sem alertar ninguém? A explicação proposta por um leitor é a seguinte: "Aquele falso alerta de falha da antena foi produto de sua psicose; ele sabia que ia sabotar a antena, mas ao mesmo tempo ele tinha que permanecer obediente a seus criadores dando o alerta da falha, especialmente se era ele mesmo quem ia ocasioná-la." (tradução minha). Naturalmente, como expus no parágrafo anterior, a situação toda é implausível na sua origem (computadores não sofrem de neuroses ou psicoses), mas, se suspendermos nossa objeção a isso, a explicação acima é engenhosa e realmente não consigo enxergar outra.


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