Monday, January 12, 2015

 

Marcelo repete uma citação, e nem terminou de ler o livro (tsk, tsk)


Ser ou não ser Charlie, eis a questão.

A elite bem-pensante do Ocidente está dividida.

Mesmo que eu não possa disfarçar meu contentamento, acredito que o engano deve sempre ser combatido, e por isso retorno a uma citação que já apareceu neste blog:

"Se eles conseguem fazer com que você faça as perguntas erradas, eles não precisam se preocupar com as respostas." (Thomas Pynchon. O Arco-Íris da Gravidade. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 262)

Sunday, January 11, 2015

 

A tirania me apequena e a democracia não está à minha altura!


Um fenômeno curioso que se observa no Brasil e em outros lugares do Ocidente: as pessoas se sabotam politicamente por um estranho processo que envolve valores que se anulam por contradição. Por um lado, existe a rejeição a regimes autoritários, como se viu recentemente no Brasil quando houve um repúdio maciço da mídia a dois ou três gatos pingados que pediam algum tipo de intervenção militar. Provavelmente a mídia nesse caso realmente representa a opinião de muita gente. A razão para essa rejeição, na maioria dos casos, é o sentimento de que a ditadura fere a dignidade do cidadão, diminui-a.
Por outro lado, quando um político faz o que se espera dele numa democracia, por exemplo, faz acordos, ou faz demandas de cargos em retorno por seu apoio, é mal visto. Um outro exemplo: o recente caso de Le Pen na França, que divulgou seu nome e suas ideias valendo-se de um fato real (negativo, como geralmente ocorre), e foi chamado de "urubu". Nesses casos, o que ocorre é uma rejeição a um agente da democracia por insuficiente dignidade em seus atos. Ou seja, o motivo oposto ao experimentado com relação ao ditador.
Desse modo, a chance de o cidadão encontrar um modo de representação política tende a zero, devido a sua contradição interna. É mais ou menos como aquela frase famosa que diz da impossibilidade de se ter um bolo e comê-lo também. Ou talvez aquela outra do Groucho Marx, que disse: "Eu não pertenceria a um clube que me aceitasse como sócio."

Saturday, January 10, 2015

 

Um pouco de coerência, por favor!


Quantas pessoas você já convidou, por razões humanitárias, para residir permanentemente na sua casa? Aposto que você teria dificuldades de fazer isso. Cada um tem seus hábitos, privacidade, etc., e eu imagino que você devia ficar muito bravo até mesmo quando sua irmã invadia seu quarto e mexia nas suas coisas. Naturalmente existem maneiras sensatas de fazer caridade, no âmbito individual, que não implicam numa hospitalidade tão radical. No âmbito coletivo, acredito que seja parecido. Afinal, um país é como se fosse a casa de um povo, e, analogamente a um indivíduo, um povo tem seus hábitos, que nada mais são do que sua cultura. Evidentemente um país jamais será tão homogêneo quanto uma família, mas deve-se trabalhar para haver ao menos uma certa harmonia, o que nunca acontecerá se mais e mais grupos externos continuarem a ser admitidos. Se você acha tudo isso besteira, tudo bem, boa sorte no seu mundo sem fronteiras e não se esqueça de deixar as portas da sua casa destrancadas dia e noite e bastante comida na geladeira sempre. Se, por outro lado, você não está convencido de que tudo o que eu disse seja besteira, pense sobre esse assunto e sobretudo reflita antes de qualificar alguém com o rótulo de "extrema-direita" ou "xenófobo" porque ele se opõe a imigração quando ela não for do interesse do seu país. Seja cauteloso ao aplicar essas palavras a partidos políticos somente porque eles incluem esses princípios em suas diretrizes (p. ex. Frente Nacional, de Marine Le Pen).
Talvez você seja apenas um humanitarista que receia a possibilidade de ser ou mesmo parecer egoísta. Tudo bem, acho que a maioria das pessoas é assim, uns um pouco mais do que outros. Por exemplo, ficamos momentaneamente chocados ao ouvir, num avião, que em caso de pane a mãe deve colocar a máscara de oxigênio em si mesma antes de fazê-lo no filho pequeno. Alguns segundos depois, no entanto, entendemos que, se ela não se salvar enquanto tiver forças para isso, não vai sobrar ninguém para salvar outros que não a têm. Pois bem, isso vale para uma mãe e vale igualmente para um país.

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